21 setembro, 2012

Em Mogi Mirin


Há cerca de um ano eu decidi que daria um presente mais que especial no aniversário de 18 anos da minha melhor amiga: Um abraço. Algo simples, que não pode ser embrulhado, comprado ou encomendado. Beatriz mora no interior de Sampa, e por isso eu passei um ano ponderando essa decisão, hora eu achava que era completamente impossível, hora achava que era viável, hora achava que era a melhor idéia que eu já havia tido. Ai então eu comecei a trabalhar, a desculpa do “Não tenho grana” não podia mais ser usada... E então eu comentei isso com um amigo muito querido que me persuadiu a não desistir, praticamente me coagiu a ir, o que foi uma atitude muito útil, já que me proporcionou um dos melhores fins de semanas que eu já havia tido.
Comecei a ver as passagens de avião, mas a indecisão me fez perder as promoções da Ponte aérea, então tive que apelar ao bom e velho ônibus. Liguei pra mãe dela pedindo abrigo, troquei meu horário no trabalho, respirei fundo e... Viajei. 7hs30min de viagem depois eu descia em Campinas e embarcava em mais 1hs20min até a cidade de Mogi Mirim. A mãe dela foi me buscar na rodoviária, fui extremamente bem recebida, era como se já fosse normal eu estar lá, não era “A primeira vez que iríamos nos ver”, estava mais para “Mais uma vez que iríamos nos ver”.
Foram quase 40 minutos de muita tensão. O Pai dela foi buscá-la na faculdade, e enfim ela chegou. Corri pro quarto dela e me sentei no chão, no canto, apenas esperando a hora certa.
“Mãe, senta ai que eu tenho que te contar...” – Ouvi sua voz vindo da sala, entrando no quarto.
“Mesmo? Então conta pra nós duas?” – Eu me levantei e só então ela me viu.

15 segundos de silencio e ela ainda não havia capitado a mensagem de que eu estava em pé na frente dela. E então eu lhe dei o meu presente: A abracei o mais forte que eu consegui, chorando. A cena merecia uma foto ou um vídeo. mas o único registro é na memória, infelizmente.
Mas diferente do que eu pude imaginar, não foi algo estranho, apelativo. Foi natural, estar sentada no sofá da sala de Bê foi algo extremamente normal e corriqueiro, como se eu o fizesse todas as sextas. Era como uma das nossas longas conversas no Skype, com a diferença de que dessa vez eu podia segurar sua mão enquanto falávamos besteiras.
Já passava das 01hs da manhã quando decidimos ir deitar. Conversamos por mais de uma hora antes de pegarmos no sono e não pude resistir de falar o bom e velho “Be safe, be strong”. Acho que foi nesse momento que a minha ficha caiu de verdade.
Sábado foi um dia interessante. Passamos o dia e parte da tarde em casa, Bê me mostrou coisas... Vergonhosas... Da sua infância. Diários, coleções, conversas, fotos...
À tarde fomos levar Laura, irmã mais nova da Bê, pra tomar sorvete na praça, e aproveitar para conhecer o centro da cidade. Foi um passeio bem legal: tomei Milk shake, conheci uma igreja, três sorveterias, o gabinete da Prefeita, o clube da cidade, um relógio de sol, a Secretaria de Educação, uma loja de sucos, o coreto, dois cinemas, fui ao banco... Tudo isso em menos de 45 minutos. A noite fomos ao boliche com a galerinha que estudou com ela. A maior parte já sabia que eu estava na cidade, então não foi novidade para eles. Nos divertimos bastante, eu perdi feio no boliche, conheci pessoas... Interessantes, curiosas e esquisitas... Adorei a todos.
No domingo, dia o qual eu fui embora, a tia e a avó dela foram almoçar lá. Depois do almoço nós fomos para o quarto para conversar. Falamos sobre coisas que aconteceram no dia anterior, rimos bastante, pensamos muito... E desabafamos. Ela falou dos seus dilemas e problemas, e eu dos meus... E o fim de semana valeu a pena por esse único momento... Poder desabafar, falar tudo o que está pensando, xingar, reclamar e chorar... Tudo isso abraçando sua melhor amiga... Não há nada que pague esse preço.
À noite os pais dela me levaram à rodoviária para comprar minha passagem de volta à Campinas e na volta fomos encontrar um outro amigo nosso. Comemos cachorro quente (De salsicha e com purê de batatas) e conversamos um pouco antes de eu tomar meu rumo de volta à Campinas.
Despedir-se sempre é chato, sempre é difícil, sempre é triste. Ao mesmo tempo em que eu não tinha a impressão de que era uma despedida, já que estamos sempre tão presentes uma na vida da outra, meu coração apertava de tal forma que seria impossível explicar. Choramos muito, nos abraçamos forte e eu subi no ônibus de volta à realidade. O menino do lado de quem eu me sentei perguntou umas três vezes se eu estava bem, e o pior é que eu estava. Não estava triste por estar indo embora, mas feliz por ter ido. O presente acabou não sendo apenas dela, mas meu também, já que foi em um momento onde eu mais precisava.
Eu só tenho a agradecer... À Débora e Jeferson, pais da Bê, que me receberam incrivelmente bem, me fazendo sentir em casa; às Miojeiras (Moony, Laura, Mari e Pad) que sabiam desde o início e mantiveram o segredo; à Gabi que ajudou a organizar tudo com a galera de forma que eu pudesse estar lá; ao Raphael que, como eu já disse, praticamente me coagiu a ir; e, PRINCIPALMENTE, à Srta Beatriz Canales que fez o meu fim de semana ser o melhor já vivido em longuíssimos 19 anos...


2 comentários:

  1. Ai que lindo Gi *-----------* fico muito feliz por vocês flr, ela deve ter amado o presente, também como não amar ? Linda a amizades de você e parabéns *-* beijoos


    Lana

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  2. Ninguém te coage a fazer algo que vc quer... no máximo dá um empurrãozinho
    =D

    Que bom que deu tudo certo.

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