Há cerca de um ano eu decidi que daria um presente mais que
especial no aniversário de 18 anos da minha melhor amiga: Um abraço. Algo
simples, que não pode ser embrulhado, comprado ou encomendado. Beatriz mora no
interior de Sampa, e por isso eu passei um ano ponderando essa decisão, hora eu
achava que era completamente impossível, hora achava que era viável, hora
achava que era a melhor idéia que eu já havia tido. Ai então eu comecei a
trabalhar, a desculpa do “Não tenho grana” não podia mais ser usada... E então
eu comentei isso com um amigo muito
querido que me persuadiu a não desistir, praticamente me coagiu a ir, o que foi
uma atitude muito útil, já que me proporcionou um dos melhores fins de semanas
que eu já havia tido.
Comecei a ver as passagens de avião, mas a indecisão me fez
perder as promoções da Ponte aérea, então tive que apelar ao bom e velho
ônibus. Liguei pra mãe dela pedindo abrigo, troquei meu horário no trabalho,
respirei fundo e... Viajei. 7hs30min de viagem depois eu descia em Campinas e
embarcava em mais 1hs20min até a cidade de Mogi Mirim. A mãe dela foi me buscar
na rodoviária, fui extremamente bem recebida, era como se já fosse normal eu
estar lá, não era “A primeira vez que iríamos nos ver”, estava mais para “Mais
uma vez que iríamos nos ver”.
Foram quase 40 minutos de muita tensão. O Pai dela foi
buscá-la na faculdade, e enfim ela chegou. Corri pro quarto dela e me sentei no
chão, no canto, apenas esperando a hora certa.
“Mãe, senta ai que eu tenho que te contar...” – Ouvi sua voz
vindo da sala, entrando no quarto.
“Mesmo? Então conta pra nós duas?” – Eu me levantei e só
então ela me viu.
15 segundos de silencio e ela ainda não havia capitado a
mensagem de que eu estava em pé na frente dela. E então eu lhe dei o meu
presente: A abracei o mais forte que eu consegui, chorando. A cena merecia uma
foto ou um vídeo. mas o único registro é na memória, infelizmente.
Mas diferente do que eu pude imaginar, não foi algo estranho,
apelativo. Foi natural, estar sentada no sofá da sala de Bê foi algo
extremamente normal e corriqueiro, como se eu o fizesse todas as sextas. Era
como uma das nossas longas conversas no Skype, com a diferença de que dessa vez
eu podia segurar sua mão enquanto falávamos besteiras.
Já passava das 01hs da manhã quando decidimos ir deitar.
Conversamos por mais de uma hora antes de pegarmos no sono e não pude resistir
de falar o bom e velho “Be safe, be strong”. Acho que foi nesse momento que a
minha ficha caiu de verdade.
Sábado foi um dia interessante. Passamos o dia e parte da
tarde em casa, Bê me mostrou coisas... Vergonhosas... Da sua infância. Diários,
coleções, conversas, fotos...
À tarde fomos levar Laura, irmã mais nova da Bê, pra tomar
sorvete na praça, e aproveitar para conhecer o centro da cidade. Foi um passeio
bem legal: tomei Milk shake, conheci uma igreja, três sorveterias, o gabinete
da Prefeita, o clube da cidade, um relógio de sol, a Secretaria de Educação,
uma loja de sucos, o coreto, dois cinemas, fui ao banco... Tudo isso em menos
de 45 minutos. A noite fomos ao boliche com a galerinha que estudou com ela. A
maior parte já sabia que eu estava na cidade, então não foi novidade para eles.
Nos divertimos bastante, eu perdi feio no boliche, conheci pessoas...
Interessantes, curiosas e esquisitas... Adorei a todos.
No domingo, dia o qual eu fui embora, a tia e a avó dela
foram almoçar lá. Depois do almoço nós fomos para o quarto para conversar.
Falamos sobre coisas que aconteceram no dia anterior, rimos bastante, pensamos
muito... E desabafamos. Ela falou dos seus dilemas e problemas, e eu dos
meus... E o fim de semana valeu a pena por esse único momento... Poder
desabafar, falar tudo o que está pensando, xingar, reclamar e chorar... Tudo
isso abraçando sua melhor amiga... Não há nada que pague esse preço.
À noite os pais dela me levaram à rodoviária para comprar
minha passagem de volta à Campinas e na volta fomos encontrar um outro amigo nosso.
Comemos cachorro quente (De salsicha e com purê de batatas) e conversamos um
pouco antes de eu tomar meu rumo de volta à Campinas.
Despedir-se sempre é chato, sempre é difícil, sempre é
triste. Ao mesmo tempo em que eu não tinha a impressão de que era uma
despedida, já que estamos sempre tão presentes uma na vida da outra, meu
coração apertava de tal forma que seria impossível explicar. Choramos muito,
nos abraçamos forte e eu subi no ônibus de volta à realidade. O menino do lado
de quem eu me sentei perguntou umas três vezes se eu estava bem, e o pior é que
eu estava. Não estava triste por estar indo embora, mas feliz por ter ido. O
presente acabou não sendo apenas dela, mas meu também, já que foi em um momento
onde eu mais precisava.
Eu só tenho a agradecer... À Débora e Jeferson, pais da Bê,
que me receberam incrivelmente bem, me fazendo sentir em casa; às Miojeiras (Moony,
Laura, Mari e Pad) que sabiam desde o início e mantiveram o segredo; à Gabi que
ajudou a organizar tudo com a galera de forma que eu pudesse estar lá; ao
Raphael que, como eu já disse, praticamente me coagiu a ir; e, PRINCIPALMENTE,
à Srta Beatriz Canales que fez o meu fim de semana ser o melhor já vivido em longuíssimos 19 anos...
Ai que lindo Gi *-----------* fico muito feliz por vocês flr, ela deve ter amado o presente, também como não amar ? Linda a amizades de você e parabéns *-* beijoos
ResponderExcluirLana
Ninguém te coage a fazer algo que vc quer... no máximo dá um empurrãozinho
ResponderExcluir=D
Que bom que deu tudo certo.