09 maio, 2011


Laura Vieira, 15 anos, estudante, moradora do Estado de São Paulo.
Ela escreveu um texto, muito bem escrito, por sinal, sobre a sua visão sobre a Amizade Virtual. Como ela mesmo o descreve, é 'parte da sua história de vida' e fico feliz por estar inclusa nela.
Abaixo o texto:

"Amizade virtual é uma coisa bem complicada de se entender, ela não é bem aceita na maioria das vezes e as pessoas além do medo, mantêm certo preconceito a esse respeito, talvez por falta de conhecimento. Ela pode ser feita através de vários tipos de redes sociais, por chats ou... Sei lá.

Com certeza casos de supostas amizades que não deram certo existem, e está aí a TV que nos mostra isso incansavelmente, mas o que eles se esquecem de mostrar é que casos e mais casos de amizades virtuais dão certo a cada dia. Como o meu caso.

Eu também era desacreditada desse tipo de amizade, e mesmo que eventualmente você conversasse com alguém pela internet, não poderia jamais acreditar que seria uma amizade verdadeira de confiança, confidências e afins.

Isso tudo aconteceu meio que por acidente, sem querer eu entrei em um lugar de fóruns, e comecei a ler uma fanfic de uma menina da minha idade. Fanfic é chamada de “Fic” frequentemente e vem de Fanfiction- Ficção de Fã- são geralmente histórias que fãs de algo escrevem sobre tal, como continuação, ou como um rumo alternativo. Já tinha lido alguns pedaços de algumas ali, mas nenhuma tinha me prendido como a dessa garota-escritora em questão: Beatriz Canales.

Ali, como leitora, conversava com as outras leitoras e com a escritora, e depois comecei a ler histórias de algumas dessas leitoras, entre comentários e gracinhas, aquelas garotas me faziam rir muito, e mais tarde, me dei conta de que aquelas que todo dia me faziam rir e às vezes chorar de rir, me acalmavam no nervoso e me alegravam, eram amigas.

Já fiz amigos virtuais de outros lugares, meninos e meninas que adoro, mas aí já não são amigos realmente, estão mais para colegas, porque amizade é uma coisa forte de se dizer.

Após um ano e 1 mês e meio, mais ou menos, eu tive a oportunidade de ir conhecer a Bê. Meus pais deixaram, também porque sabiam que eu sempre conversava com ela, eu fui com minhas tias e meu primo, sozinha eles não deixariam jamais. Eles ficaram sabendo que eu tinha essas amigas virtuais pelo fato de eu ir falando mesmo, já que frases como “Eu preciso me atualizar na fic da Bê”, “Só vou ler o que a Gi postou” e “Vou ‘upar’ pra Fani postar mais” se tornaram comuns (“Upar”, é uma expressão comum para dar um “UP”, que nada mais é do que não deixar o tópico cair, deixar no topo, algo nesse sentido). Lógico que eles também tiveram cuidados, e eles confiam e sabem que eu não contaria nada de mais da minha vida pra estranhos.

A Bê se tornou uma das minhas melhores amigas incluindo as da vida “real” do outro lado do computador, e esse encontro foi um presente e bem sucedido. Outra peça nessa história é a Gi, Giselle Gomes, outra garota que estava comigo desde o comecinho e também é uma amiga assim como a Bê, quando ela veio pra São Paulo, eu consegui ir vê-la, outra garota a Dry, Adrielly, também foi nesse encontro e por pouco a Fani não foi também. Já foram 3.

Pra vocês terem uma idéia, até operação cupido já fiz via internet (e ainda estou tentando conseguir resultado) e algumas garotas eu converso toda vez que eu estou na internet, sem exceção.

Acho a amizade virtual uma amizade pura, pois não há interferência de pré-conceitos e primeiras impressões. Contar momentos engraçados com essas e outras garotas é difícil de enumerar, mas muitas delas eu considero melhores amigas, e outras não converso muito, faz parte. Só sei que eu já não consigo ficar sem elas.

Ps: Não, eu não sou uma garota que só sabe de computador, sem amigos na vida real, ok? "

Pro Laura Vieira

Um comentário: